Eis-me sozinha
agora num quarto vago, nu e sem par.
O espaço vasto nulo
na cama é um infinito lugar.
Quero esquecer tudo
o que é, mas que nunca aconteceu.
Preciso vencer a
melancolia que me mergulhou no breu...
Quero deixá-lo
partir sem nunca tê-lo tido.
Esquecer que sei
(eu sei), sem nunca percebido.
Quero curar tal
sentimento que não ousei saber-lhe o nome.
Não notar que estás
tão perto, porém eternamente ao longe.
Quero fechar os
meus olhos e não ver-te nunca mais,
Mas sua presença é
tão bela quanto as rosas nos quintais...
Choro como uma
menina que não sabe o que é viver?
Choro um desejo
lindo, profundo e tanto é o meu querer.
Choro uma saudade
estranha que nunca me é suprida.
É querer curar a
doença que me dá sentido à vida.
Minhas lágrimas são
puras quanto o anjo que me habita.
Sinto pelas vãs
palavras que o meu tolo lado recita.
Quero tanto que me
enxergues como uma luz d’estrela guia.
Quero ser seu sol
na noite e uma lua ao meio dia.
Permita que eu te
afirme um segredo revelado...
Que o meu coração é
frágil, por favor, tome cuidado...!
Já era pra eu ter
tirado, te arrancado da memória,
Mas parece que tu
és parte já assídua em minha história.
Preciso dormir pra
sonhar, sonhar ao menos, meu querido.
Só que o meu sono é
o anjo brando que mandei dormir contigo.
E já que o meu sono
manso foi voando pra sua paz?
Eu fico aqui
lamentando, soluçando injustos ais.
Pois era aqui bem
ao perto que deveria o seu corpo estar.
Sentindo o meu
coração intensamente disparar.
Estar em meus
lençóis brancos e descobrindo tudo em mim...
Roçando sua pele
quente em minhas vestes de cetim.
Se soubesses que tu
tens as mesmas contradições que as minhas.
Se notasses que
tuas dores eram as mesmas que eu tinha.
Mas te vi
descobrindo novas alegrias e clivais lúdicas.
Vi no seu descaso
olhar o qual tupias cenas impudicas.
Se, perdi a
ideologia mais linda, linda, que eu tinha?
Se, se foi a
esperança última dos retornos sons que eu ouvia?
Pudera eu arrancar
fora do meu peito a sangue o coração!
Pudera eu enfeitar
com um laço e te entregar ele com a mão!
O meu recuo cru e
insano é o medo fraco de ser magoada.
De me jogar
novamente cega na desventura malograda.
Mas tudo o que
tenho agora é a minha torpe solidão.
Sei que dormes com
outra, outras, acompanhado em seu colchão.
Devolva o meu anjo
puro que eu mandei dormir contigo!
Era pra eu deixar
guardado no desalento em mim contido.
Se eu recusei foi
porque eu iria sofrer carente como um cão...
As suas chamadas,
seu afeto, seu olhar, sua atenção.
O que me resta é
viver agora dia-a-dia a dor vazia...
E te esquecer, (vou
te esquecer) e esquecer-me da alegria...
Que é estar junto
com um jovem que eu já tive idolatria.
Que tive vontade de
passar todos os dias da minha vida.
Ficou hoje tão
óbvio que o sentimento não é recíproco.
A partir de agora
eu juro, só te chamarei de amigo...
Tatiane Sales
Amados, entrei no seu abençoado blog, e verifiquei que aqui há vida,
ResponderExcluirVim também para desejar-vos um feliz Natal e que o ano novo seja cheio de grandes vitórias em Cristo Jesus.
Fique na paz de Jesus.
António Batalha.
Um poema lindo!
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