Eu te amo no outono
Em suas folhas secas
Na melancólica tarde
Na dúvida e na certeza...
No ímpeto da tempestade
E no te amar no momento
Em que o vento sopra
O meu cabelo em movimento...
Quatro estações no peito
Nas falhas, no erro...
Estou tão apaixonada
E sinto tanto medo!
Eu te amo...
Nas canções doloridas e sonetos
Nas calçadas escuras do caminho
Em minhas lágrimas puras de lamento
No viajante perdido e sozinho...
Meu amor é um amante sem destino,
Estrangeiro nas terras do alheio.
Na aurora, no porvir, no breu infindo,
Meu pensamento em você o tempo inteiro.
Eu te amo...
Na esperança exalando aromas d'orvalho
No abrir das flores;
No que alenta meu dormir nos lençóis do quarto,
Imaculados amores!
Creio entristecida na esperança ao longe,
Que conforta em semente vida imaginar você.
A multidão macula a calma da noite
E eu te procuro sem te ver...
Meu espírito torna-se nublado,
Chove um choro sofrido.
Como o grave dum tenor calado,
Como o lírico duma dor num hino.
Eu te amo tanto quando estamos sós,
Também quando estou só num canto em prantos!
No refúgio do vinho que o sangue aquece,
Na respiração de ar frio que me enternece.
Perdão ao frio que gela o meu rosto
Pálido que a solidão causa.
Há liberdade na paixão? Quero voar neste verão,
Mas sinto-me em desgosto, aprisionada!
Embalo-me sob árvores intocadas.
Estou tão apaixonada
Na luz tranquila em que busco alívio
E na toada sentimental dum livro.
Nos raios do seu sublime olhar
É crer no céu, na redenção!
No permitir a sua voz em me chamar,
Meu coração pulsa em tempo vão...
Meu corpo exala flores de sentimentos
Na melódica Torna a Surriento
Na paixão do sol, o sorriso brota.
É você quem chama meu querido volta!
Meu amor traz paz?
Seu raiar conforta...
Tatiane Sales
(Minha poesia)
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