Que sensação é esta?
Que tendo perdido tudo,
Estando perdida no mundo,
Amaldiçoando a promessa,
Quando tudo o que sente é dor
E o mais ameno dos sentimentos
Que vive e grita no peito por dentro
É um terrível desespero interior!
Como explicar a sensação
Dum'alma imersa à lama
Pisada e jogada no chão
Nua num inferno em chamas...
Sem ninguém p'ra segurar a mão,
Pegando fogo na chuva
De quão gelado tornou-se o coração
Co'a paisagem nefasta e turva?
Sensação tenebrosa e maldita,
Violenta, tirana, fascista,
Que machuca, maltrata e tortura,
Até que chega a beirar à loucura!
E no fim quando nada mais sobra,
Rastejando-se feito cobra,
Desgraçadamente humilhada,
Falida e desesperada...
Vendo que tudo se tornou nada,
Percebe que o limite chegou
E o choro torna-se gargalhada,
Pois a dor já ultrapassou...
Essa é a sensação dum louvor
De descer ao inferno e queimar,
Pedir o pão que o diabo amassou
Depois que nada mais restar.
Ser humilhada por si mesma,
P'ra aprender a ser pequena
E ser tocada pela humildade
Implorando à luz suprema!
Essa é a sensação da liberdade
De ser pisada como um cão torto,
Feito um gado apanhar com maldade
Na sua ilíada ao matadouro...
Essa é a divina sensação
Da gloriosa superação,
De dor que agora não mais dói,
Do ácido que na pele não corrói.
Dum alívio quando a queda cessou,
Quando se sabe que no fundo chegou.
É tanta dor que se torna iluminação,
Fogo que restaura como purificação,
Lâmina que fere p'ra marcar,
Açoite que bate p'ra ensinar,
Força que nasce da lamentação
E extingue o ego, dor de libertação...
Tatiane Sales
Que tendo perdido tudo,
Estando perdida no mundo,
Amaldiçoando a promessa,
Quando tudo o que sente é dor
E o mais ameno dos sentimentos
Que vive e grita no peito por dentro
É um terrível desespero interior!
Como explicar a sensação
Dum'alma imersa à lama
Pisada e jogada no chão
Nua num inferno em chamas...
Sem ninguém p'ra segurar a mão,
Pegando fogo na chuva
De quão gelado tornou-se o coração
Co'a paisagem nefasta e turva?
Sensação tenebrosa e maldita,
Violenta, tirana, fascista,
Que machuca, maltrata e tortura,
Até que chega a beirar à loucura!
E no fim quando nada mais sobra,
Rastejando-se feito cobra,
Desgraçadamente humilhada,
Falida e desesperada...
Vendo que tudo se tornou nada,
Percebe que o limite chegou
E o choro torna-se gargalhada,
Pois a dor já ultrapassou...
Essa é a sensação dum louvor
De descer ao inferno e queimar,
Pedir o pão que o diabo amassou
Depois que nada mais restar.
Ser humilhada por si mesma,
P'ra aprender a ser pequena
E ser tocada pela humildade
Implorando à luz suprema!
Essa é a sensação da liberdade
De ser pisada como um cão torto,
Feito um gado apanhar com maldade
Na sua ilíada ao matadouro...
Essa é a divina sensação
Da gloriosa superação,
De dor que agora não mais dói,
Do ácido que na pele não corrói.
Dum alívio quando a queda cessou,
Quando se sabe que no fundo chegou.
É tanta dor que se torna iluminação,
Fogo que restaura como purificação,
Lâmina que fere p'ra marcar,
Açoite que bate p'ra ensinar,
Força que nasce da lamentação
E extingue o ego, dor de libertação...
Tatiane Sales
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