Aceitar? |
Ultimamente tenho-me conformado muito para com formas e jeitos alheios, ora não sentir aquela sensação horrível de frustração seguida de angústia (que só quem já sentiu sabe o aperto no peito que evito), pois quem pouco expectativa as coisas, menos se frustra.
Tenho-me convencido de que não passo de uma metida a psicanalista que diagnostica a todos gratuitamente, uma virginiana inatamente crítica, mas não é bem assim. Algumas atitudes que observo não são justificáveis e ponto.
Decepções tornam-se piores quando vem de alguém que admiramos e mais ainda quando colocamos todas as nossas expectativas por sobre ela (não sei se tal responsabilidade adquirida pelo outro deve ser considerada um elogio lisonjeiro ou uma punição), mas ser perfeito aos conceitos, princípios e tradições de outrem é deveras complicado. Ninguém é igual. Isso num casal ocorre simultaneamente.
O que ocorre é que eu respeito a individualidade de cada um e esse é o ponto, não respeitam o meu! Admiro a particularidade, a independência nos indivíduos. Ultimamente para "agradar" a outrem, estou perdendo minha individualidade e para falar a verdade, nem lembro mais quem eu sou.
Essa estória de dois em um é balela religiosa. Intimidade é boa apenas em momentos, não sempre, não 24 horas ao dia! Meditação se pratica sozinho, ler um livro se pratica sozinho. Eu não queria abrir mão da minha solidão, ela foi minha amante durante tantos anos, às vezes ainda preciso dela. E se tive amigos no passado, não lembro mais. Respeito as pessoas, que criam o seu próprio mundo. Eis minha decepção, pois é muita responsabilidade ser o mundo de alguém. Todavia sei que também vou decepcionar tamanha expectativa esperada.
Não peço um sádico Dh Lawrence, acredito no amor, não quero ser cruel ou ingrata, mas o ciúme é lisonjeiro desde que não excessivo.
Se o seu marido disser que vai jogar futebol, talvez ele vá mesmo! Ser livre está muito longe de significar ser leviano.
Enquanto uns pedem doação absoluta, outros pedem espaço...
O estágio mais delicado num conflito de casal é quando você observa que a outra parte não está aberta a querer te entender ou simplesmente não entende mesmo! Ou você tenta expor sua opinião nem que seja no grito para tentar ser ouvida, ou então você diz: "Não adianta querer te passar o que sinto sobre a forma que você age e agiu, porque se você não se observa, se você não se analisa em seus próprios comportamentos, esse conflito tem uma proporção muito maior do que eu supunha! E sendo assim, desisto".
Claro que existem dois lados de uma mesma moeda (o casal é uma única moeda com dois lados) cada um com suas verdades, suas dores, dúvidas, rancores, limitações a ouvir, expandir e principalmente aceitar. Às vezes é impossível entender mesmo, mas principalmente é necessário aceitar.
Tatiane Sales
(Crônica conflitiva)
Ola! obrigada por estar seguindo meu blog. Ja estou seguindo o seu. Realmente a vivencia de um casal e complexo e em nossos dias atuais mais complexo ainda.Otimo o blog e que voce possas estar sempre contribuindo. Um abraco.
ResponderExcluir