A ilusão rendeu-me inconscientemente
Em que supus por momentos estar contente
D'uma forma ignota e tão demente
Acreditei que seria diferente.
E permiti você rondar-me em minha orla,
Quando venci todo o preceito inerente...
Isso talvez somente em minha mente
No meu pudor, do meu recato oponente
Inteira a ti me entregaria sutilmente
Aproximava-me aos poucos delicadamente.
Quando apaguei todas as mágoas da memória,
Vi-te de costas caminhando lentamente...
Quando achei que enfim seria a hora
Despindo-me liberta dos receios
Seria sua de alma aberta, em corpo inteiro
Vi-te seguindo irredutível indo embora.
Então sorrateiramente
Justamente nessa hora?
Ao beijar-te docemente
Você reflete e vai embora?
E ao meu lado fez-se ausente,
Justamente nessa hora...
Quando eu tocava as suas notas
Em suas mãos brancas e pedintes
Momento etéreo de requinte
Eu seria toda sua
Em forma totalmente nua...
Superando os meus limites
Sem perceber eu permitia
Aos seus olhos ilegíveis
Envolverem-me em demasia.
Perdendo-me em devaneios
A você eu me rendia...
E eventualmente
A vingança paciente
Exacerbou-se indolente.
De meus maus atos passados
Por eu ter tanto o desprezado
Em meu descaso involuntário.
E evidentemente,
Você mirou para o contrário
E me deixou, intemerato,
Finalizando o último ato.
Tatiane Sales
(Minha poesia)
...
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