segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Ex-sacerdote


Encontrei guardado este texto:
Nem imagino o motivo de estar aqui pensando sobre sua passagem em minha vida.
Ultimamente não consigo olhar-te, encarar-te; desvio o olhar dos seus olhos cor de mel talvez por covardia em saber que você agora sabe tanto sobre mim, ou talvez coragem de evitar alguém tão perigoso!
Na mesa do bar, você e eu, onde nada era tão mais perfeito do que nossa camaradagem e admiração pelo outro naquela tarde. De fato como você disse: "Algumas pessoas entendem".
Você falou sobre a providência, querido filósofo. Entendo que dentre tantos tamanhos motivos você vir da Europa também foi para transmitir-me algo de válido sobre Deus e a vida por um período somente, e depois seguirmos nossas vidas separadamente.
Gosto de você, não como um homem, mas como um amigo expansivo que tanto preciso. Você não precisa de mim, ex-sacerdote, ofereceu sua amizade e se doou, mas pareceu caridade; embora ressaltasse e enfatizasse descaradamente seu interesse por minha pessoa.
Rapaz refinado, charmoso numa mescla de parecer gay com um acadêmico antiquado.
Um menino descobrindo a vida depois da liberdade da clausura. Desventurado, senti ciúmes sim, confesso, porém não te desejo como homem. Talvez desejasse um dia, num futuro ou num ontem. Nunca seria.
Mente perigosa, rápido como um felino! 
Quero sua amizade como uma brisa suave no calor do deserto da nossa rotina.
Quero sua amizade como um alívio naquele lugar.
Quero-te como amigo, porque te quis. Nestes dias indecisos, fica ao meu redor neste período que acabará, pois logo seguiremos nossas rotas em caminhos distintos.
Peço-te somente para estar perto de mim, santo-sado, esteja neste tempo que já finda... ao meu lado.

Período, atividade e local atribulado em minha vida.

Tati Sales

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