segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A ilusão de um ventilador (Título de referência ao filme – O Palhaço)

Eis-me sozinha agora num quarto vago, nu e sem par.
O espaço vasto nulo na cama é um infinito lugar.
Quero esquecer tudo o que é, mas que nunca aconteceu.
Preciso vencer a melancolia que me mergulhou no breu...

Quero deixá-lo partir sem nunca tê-lo tido.
Esquecer que sei (eu sei), sem nunca percebido.
Quero curar tal sentimento que não ousei saber-lhe o nome.
Não notar que estás tão perto, porém eternamente ao longe.

Quero fechar os meus olhos e não ver-te nunca mais,
Mas sua presença é tão bela quanto as rosas nos quintais...
Choro como uma menina que não sabe o que é viver?
Choro um desejo lindo, profundo e tanto é o meu querer.

Choro uma saudade estranha que nunca me é suprida.
É querer curar a doença que me dá sentido à vida.
Minhas lágrimas são puras quanto o anjo que me habita.
Sinto pelas vãs palavras que o meu tolo lado recita.

Quero tanto que me enxergues como uma luz d’estrela guia.
Quero ser seu sol na noite e uma lua ao meio dia.
Permita que eu te afirme um segredo revelado...
Que o meu coração é frágil, por favor, tome cuidado...!

Já era pra eu ter tirado, te arrancado da memória,
Mas parece que tu és parte já assídua em minha história.
Preciso dormir pra sonhar, sonhar ao menos, meu querido.
Só que o meu sono é o anjo brando que mandei dormir contigo.

E já que o meu sono manso foi voando pra sua paz?
Eu fico aqui lamentando, soluçando injustos ais.
Pois era aqui bem ao perto que deveria o seu corpo estar.
Sentindo o meu coração intensamente disparar.

Estar em meus lençóis brancos e descobrindo tudo em mim...
Roçando sua pele quente em minhas vestes de cetim.
Se soubesses que tu tens as mesmas contradições que as minhas.
Se notasses que tuas dores eram as mesmas que eu tinha.

Mas te vi descobrindo novas alegrias e clivais lúdicas.
Vi no seu descaso olhar o qual tupias cenas impudicas.
Se, perdi a ideologia mais linda, linda, que eu tinha?
Se, se foi a esperança última dos retornos sons que eu ouvia?

Pudera eu arrancar fora do meu peito a sangue o coração!
Pudera eu enfeitar com um laço e te entregar ele com a mão!
O meu recuo cru e insano é o medo fraco de ser magoada.
De me jogar novamente cega na desventura malograda.

Mas tudo o que tenho agora é a minha torpe solidão.
Sei que dormes com outra, outras, acompanhado em seu colchão.
Devolva o meu anjo puro que eu mandei dormir contigo!
Era pra eu deixar guardado no desalento em mim contido.

Se eu recusei foi porque eu iria sofrer carente como um cão...
As suas chamadas, seu afeto, seu olhar, sua atenção.
O que me resta é viver agora dia-a-dia a dor vazia...
E te esquecer, (vou te esquecer) e esquecer-me da alegria...

Que é estar junto com um jovem que eu já tive idolatria.
Que tive vontade de passar todos os dias da minha vida.
Ficou hoje tão óbvio que o sentimento não é recíproco.
A partir de agora eu juro, só te chamarei de amigo...

Tatiane Sales

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Solitude (saudade da mãe)

images (19)
É domingo à noite já caminhando para segunda-feira.
Há algo mais melancólico do que este momento?
É triste a insônia dessa transição.
Chego à conclusão de que mais um dia passou sem sentido algum, todavia cada letra a mais nesta página preenche-me um pouco o vazio. Penso numa imaginária e arcaica folha de papel em branco a ser preenchida manualmente pelos mais nobres sentimentos e, no entanto, eu apenas teclo o nada. Teclo sem sabor, sem esforço, sem vontade. Se eu escrever: tudo é nada, sobressai-se a confirmação do nada. Se eu escrever: nada é tudo, ainda sobressai-se a confirmação do nada. Então compreendi a teoria do nada de Paul Sartre numa síntese momentânea de ócio! Se tudo é nada, para quê então? Viver é inútil? Não quando se ama e se é amado dizem os pares. No amor encontram o sentido em viver, mas isso ainda existe ou o amor tornou-se piegas?

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Desterro

Sina: Passeando pela estrada vazia de terra?
Moça: Já distante do quintal de outrora...

Medo: Viajando sem dormir na noite fria aqui fora?
Moça: Sigo firme e o destino me leva...

Receio: Donzela, par'onde vai agora nesta remota esfera?
Moça: Sem olhar para trás vou-m’embora!

Esperança: O pio suave dos pássaros te voando consolam?
Moça: Sim... O que os meus dias futuros reservam.

Tatiane Sales

sábado, 26 de maio de 2012

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Quando era para gritar, calei?

Por que sou tão racional? Maldita razão!
Pára de pensar, pois és inteira coração...

quinta-feira, 17 de maio de 2012

(Como dizia o sertanejo...)

Não tenho nada pra dizer, só o silêncio vai falar por mim...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

E pra não chorar eu só vou gostar de quem gosta de mim.

Sou uma moça Shakespeariana ao extremo e preciso trabalhar isso em mim, pois às vezes não me consolo em deparar no espelho com uma mulher ingênua de 29 anos, enfim... Honesta demais, bondosa demais, sensível demais. Ou eu deixo de ser sensível assim neste mundo fugaz, ou não sei, realmente não sei o que será de mim neste planeta voraz.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Rascunhos

O avesso, do avesso, do avesso…

terça-feira, 3 de abril de 2012

Florence + The Machine - Shake It Out



Liberte-se

Remorsos se acumulam como velhos amigos
Aqui para reviver seus momentos mais sombrios
Não vejo uma saída, não vejo uma saída
E todos os monstros saem para brincar

E cada demônio quer seu pedaço de carne
Mas eu gosto de guardar algumas coisas pra mim
Gosto de deixar minhas questões importantes afogadas
É sempre mais escuro antes do amanhecer

E eu fui tola e cega
Nunca consigo deixar o passado pra trás
Não vejo uma saída, não vejo uma saída
Estou sempre carregando esse peso nas costas

E as perguntas dele, tamanho ruído de sofrimento
Essa noite eu enterrarei esse peso na terra
Pois gosto de deixar minhas questões importantes afogadas
É sempre mais escuro antes do amanhecer

Liberte-se, liberte-se

segunda-feira, 19 de março de 2012

domingo, 8 de janeiro de 2012

Desejos da flor

Dispa-me o manto sagrado,
Entrego-te um corpo de amor,
Sedento dum lânguido cálido
Fogo em vertigem torpor.

Beba mais um gole de vinho,
E beija-me os lábios frios,
Conduza-me pelos caminhos,
Do seu corpo sedento e febril.

Abraça-me com seus braços alados,
Conforta-me envolvente e macio,
Aperta-me com desejo e cuidado,
Transporta-me para o instinto do cio.

Preencha-me os vácuos vazios,
Olha-me com olhar sedutor,
Sinta-me como ao tocar um lírio,
Devasta-me como um desflorador...

Tatiane Sales