quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Cortes de traição













(Artisticamente lanço-me involuntária
Viajando para a perdição do nunca.
Afasto-te, lanço-te e bato-te na cara
Contra as portas de minhas conjecturas... )

Não me permito sofrer? Talvez sim, e arder,
Nestas chamas de raiva desesperada e insana!
Desfalecendo a paixão que vi por ti nascer,
Da qual mordais sua faca decepou-me a entranha.

Precisavas agudamente cortar-me o corpo inteiro?

O que fiz eu pra que sua faca me perfurasse as ancas?
Sem piedade em segredo traçaste o vil roteiro
De esquartejar-me em pedaços com sua arma branca!

Larga-a! Deixe cair tal lâmina que me riscas em sangue

Imaginavas que eu gostaria de sentir tal dor?
Assista meus nus pedaços em avermelhado exangue...
Pensaste que eu fosse forte a não gritar de horror?

Por que cometeste o crime no quarto em que me tiveste?

Por que cortaste a garganta da voz que te sussurrou...?
Por que sujou a vida que poderíamos ter, se houvesse?
Pelo prazer de me trair e em me enganar...  matou-me...

Tatiane Sales

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Pornographie












Ela é a escória. Suja... E devassa.
Contaminando a pureza por onde passa.
Nojenta de ócio, vício e sexo,
Repleta de línguas no seu seio lésbico,

Num beco do desabitado prédio,

Na Rua das Surubas ela vence o tédio.
Faminta por orgasmos ela suga e lambe,
Mas hoje somente com um gang bang.

Os gozos escorrendo pelo corpo exangue,

Escorre pela boca e pela pele o sangue,
Dos tapas e mordidas dos estupradores
Que autorizados por ela a quebrantou de dores,

A Ninfa arranca a roupa, quente em ardores,

Sem alma, só o corpo machucado horrores.
Adentram muitos pênis pelos orifícios,
Vagina, ânus, boca, abismos e ouvidos,

Ela geme, blasfema, maldizendo a libido,

Devastam-na e abusam-na como a um cabrito.
Come-a, fode-a, cospe nela e depois a larga,
Sozinha, impura, corrompida de sofrimento e tara.

Tentando esquecer que existe e se limitando a nada,

Na vala, bêbada, infame, nua e violentada,
Chora apenas uma criança com a força que lhe resta,
Treze, ou quatorze anos? Menina, mulher funesta!

Ela odeia, ofende a todos, pois perdida cai no fel do mundo,

Buscando alívio nos antros e nos becos mais que imundos,
Tudo p’ra ter um orgasmo, prazer real de alguns segundos,
Onde enfim esquece a dor, a tristeza e os medos mais profundos.

T.Sales