(Artisticamente lanço-me involuntária
Viajando para a perdição do nunca.
Afasto-te, lanço-te e bato-te na cara
Contra as portas de minhas conjecturas... )
Não me permito sofrer? Talvez sim, e arder,
Nestas chamas de raiva desesperada e insana!
Desfalecendo a paixão que vi por ti nascer,
Da qual mordais sua faca decepou-me a entranha.
Precisavas agudamente cortar-me o corpo inteiro?
O que fiz eu pra que sua faca me perfurasse as ancas?
Sem piedade em segredo traçaste o vil roteiro
De esquartejar-me em pedaços com sua arma branca!
Larga-a! Deixe cair tal lâmina que me riscas em sangue
Imaginavas que eu gostaria de sentir tal dor?
Assista meus nus pedaços em avermelhado exangue...
Pensaste que eu fosse forte a não gritar de horror?
Por que cometeste o crime no quarto em que me tiveste?
Por que cortaste a garganta da voz que te sussurrou...?
Por que sujou a vida que poderíamos ter, se houvesse?
Pelo prazer de me trair e em me enganar... matou-me...
Tatiane Sales