domingo, 4 de outubro de 2015

A vida é uma farsa, não eu...


    A poesia é como a verdade. Quando expressada e tirada do peito, é libertadora... É como um grito!

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Esqueça

Neste caso, linda flôr, esqueça...  mesmo não sabendo o que fazer com esse esqueça, esqueça.
Se você não recebe o carinho em troca dos seus sentimentos tão singelos, definitivamente não é para essa pessoa que você deve dispor seus carinhos... Tem quem os mereça.
Dê a outro o seu belo texto cheio de sentimentos,
Dê ternura a quem a mereça...

Esqueça.


Tati Sales

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Coisas simples

Ensina-me como não deixar minhas samambaias morrerem, ou me passe uma boa receita de bolo de chocolate.
Ensina-me a mistura de um novo tom aloirado para os cabelos, ou me mostre como fazer bordados de crochê na colcha de cama.
Ensina-me como sentir prazer nas coisas simples cotidianas da vida...


Tati Sales

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Cortes de traição













(Artisticamente lanço-me involuntária
Viajando para a perdição do nunca.
Afasto-te, lanço-te e bato-te na cara
Contra as portas de minhas conjecturas... )

Não me permito sofrer? Talvez sim, e arder,
Nestas chamas de raiva desesperada e insana!
Desfalecendo a paixão que vi por ti nascer,
Da qual mordais sua faca decepou-me a entranha.

Precisavas agudamente cortar-me o corpo inteiro?

O que fiz eu pra que sua faca me perfurasse as ancas?
Sem piedade em segredo traçaste o vil roteiro
De esquartejar-me em pedaços com sua arma branca!

Larga-a! Deixe cair tal lâmina que me riscas em sangue

Imaginavas que eu gostaria de sentir tal dor?
Assista meus nus pedaços em avermelhado exangue...
Pensaste que eu fosse forte a não gritar de horror?

Por que cometeste o crime no quarto em que me tiveste?

Por que cortaste a garganta da voz que te sussurrou...?
Por que sujou a vida que poderíamos ter, se houvesse?
Pelo prazer de me trair e em me enganar...  matou-me...

Tatiane Sales

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Pornographie












Ela é a escória. Suja... E devassa.
Contaminando a pureza por onde passa.
Nojenta de ócio, vício e sexo,
Repleta de línguas no seu seio lésbico,

Num beco do desabitado prédio,

Na Rua das Surubas ela vence o tédio.
Faminta por orgasmos ela suga e lambe,
Mas hoje somente com um gang bang.

Os gozos escorrendo pelo corpo exangue,

Escorre pela boca e pela pele o sangue,
Dos tapas e mordidas dos estupradores
Que autorizados por ela a quebrantou de dores,

A Ninfa arranca a roupa, quente em ardores,

Sem alma, só o corpo machucado horrores.
Adentram muitos pênis pelos orifícios,
Vagina, ânus, boca, abismos e ouvidos,

Ela geme, blasfema, maldizendo a libido,

Devastam-na e abusam-na como a um cabrito.
Come-a, fode-a, cospe nela e depois a larga,
Sozinha, impura, corrompida de sofrimento e tara.

Tentando esquecer que existe e se limitando a nada,

Na vala, bêbada, infame, nua e violentada,
Chora apenas uma criança com a força que lhe resta,
Treze, ou quatorze anos? Menina, mulher funesta!

Ela odeia, ofende a todos, pois perdida cai no fel do mundo,

Buscando alívio nos antros e nos becos mais que imundos,
Tudo p’ra ter um orgasmo, prazer real de alguns segundos,
Onde enfim esquece a dor, a tristeza e os medos mais profundos.

T.Sales

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Eia, vejamos

Lendo uma interessante discussão sobre o assunto "publicidade dos 50 tons de cinza no Brasil", sinceramente eu penso aqui com meus botões que se Simone de Beauvoir, as filósofas queimadas na fogueira da inquisição, as grandes feministas francesas de écriture féminine como Julia Kristeva, as heroínas americanas dos meados de 70 na luta maravilhosa de Women's Liberation, se Clarice Lispector e tantas outras grandes mulheres da história – heroínas e heroicas que lutaram pela emancipação, valorização e igualdade da mulher na sociedade, e, libertação psicoemocional da posse e submissão machista em que a mulher era (im)posta e submetida como somente “um algo” sem personalidade, sem inteligência e sem compreensão da realidade; se essas mulheres lessem esse lixo de livro, acho que elas estariam neste momento se revirando em seus caixões! Assim como a arte contemporânea se desvaloriza em sentido de riqueza e valores de expressão, a literatura contemporânea também se iguala; quem já leu Marcel Proust ou Sthendhal sabe que esse tipo de literatura citado acima é um escarro grosseiro na sensibilidade de quem quer ler algo que agrega ao feminino, e que também é um escarro no intelectual e na alma de um bom leitor.
Isso na minha humilde opinião feminista e literária, claro...
Preocupa-me tantas adolescentes em fase de transformação venerando esse livro.


Tatiane Sales – Sobre os 50 tons de Cinza.