domingo, 3 de outubro de 2010

Carta a um grande amigo

Clave de sol
Como vai meu querido el grande da bela vida? El grande psicanalista-pianista, que me ajuda e inspira tanto, de fato mesmo distante desta mágica fábrica, lembro com muito carinho de ti, que tantas vezes me preencheu o vazio de questões e desalentos existenciais com suas palavras não somente generosas, todavia cheias de sabedoria. E não somente intelectuais, mas também duma filosofia de vida, me fazendo crer com esse seu otimismo naturalmente equilibrado, dentro do que é a realidade plena em seu bom e ruim, e do que posso ser dentro dessa. É inegável que encontramos na azáfama da vida, dentre tantas pessoas opacas que nada nos dizem de válido (ou talvez tudo seja válido p'ro bom e ruim), espíritos generosos, homens de bom coração, simples no ser e grandes no agir - como humanos, ora também na arte criativa. Diferenciais que nos iluminam e emocionam com sua sensibilidade, porém força de caráter e magnitude de opiniões quando se trata da verdade. Homens de honestidade e honra. Meu querido el grande, existem pessoas que parecem que saíram desses livros da Távola redonda, ou das histórias de Cervantes ou Alexandre Dumas. Existem pessoas como você, nobre, e entendo por que Deus ainda tem esperança no mundo. Você que tantas vezes me falou de Deus... É um enorme prazer tê-lo conhecido! Temos que dizer das nossas admirações enquanto há oportunidade, por isso agora o faço. Estou trabalhando muito como sempre, cometendo erros na vida também como sempre, porém aprendendo com o intuito de ser melhor evoluindo o espírito sempre. Praticando aquela paciência a desenvolver com o próximo, e perversos que me aparecem, o que não é fácil. Tentando sobreviver neste habitat social onde os fortes sobrevivem. No geral estou bem, não muito forte, mas seguindo aquela linha do raciocínio otimista (mesmo não sendo) de que "melhor andar devagar do que parar". Sei que preciso evoluir muito, a vida me cobra independência e dinamismo, que (estranho) antes me sobrava. Não sei se evoluir é realmente mudar, no meu caso seria voltar a ser muito do que na juventude fui; mais impulsiva e destemida, e talvez esteja na essência, sei lá, talvez volte. Há virtudes em mim que não quero perder, como a da beleza daquele sonho ao longe, daquela esperança em tudo e que não tem fim... Mas e você? Ainda sai para ver o céu mesmo nos tumultuosos dias? Como vai a nova vida junto à sua bela musa aveludada? Ainda mora no sobrado em frente àquela bela praça que você um dia descreveu? Eu... talvez tenha encontrado finalmente a flor azul que comentávamos. Um grande abraço, el grande!
Estarás en mi corazón siempre.

Como você me chamava, a pequenina Gioconda.

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