quarta-feira, 29 de setembro de 2010

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Ao passo que relendo o que não vejo
Conjecturando situações que me receio
Divagando sobre histórias não contadas
Eu te tive e te perdi em meio ao nada.

Quando te vi em noite escura e fria, pálido
Donde as luzes da cidade te ofuscavam
Encontrei-te antes mesmo de achar-te
A intuir um mesmo espírito de Arte.

E tentando interpretar o que me veio
De uma timidez talvez ou de um recato
Natural... Entendo-me e me aceito
Não me fazer de peça, cena ou ato.

Talvez não fosse a hora nem momento
De te encontrar no onírico das nuvens
Se eu pudesse preparar-me um pouco, ler-te
Eu não teria cometido o erro ao ver-te.

Mas um erro só porque fui eu mesma?
Ser sincera em meus instintos condiz falha?
Se me retraio sou Maria Imaculada,
Se me entrego Madalena, tenta e pária!

Porém essa sou eu e a mim mesma
Eu te fui, pressentindo algo a ler
Não me fujo nem me traio no que sinto,
Mas olho a rosa e essa sim, deve saber.

Prazer em conhecer-te caro amigo
Do passado, de algum tempo, de outrora.
Essa sou eu, porém em meu ser não se sabe
Será que é cedo? Ou talvez já seja tarde...

Sou às vezes a virtude da mulher que inspira
Às vezes menina doce de alma tranquila
Mas e tu, quem és tu nobre sozinho
O que te trouxe até mim neste caminho?

Derramai-me um pouco de ti e do que és
Que sorverei junto à taça de Martini
E conhecer-te-ei no ébrio da harmonia
Da sua música e da sua poesia...

Tatiane Sales
(Minha poesia)

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