segunda-feira, 14 de novembro de 2011

E quanto a mim, quem me fará rir?

Numa visão otimista de ser a diferença que espero do mundo, vivo o vazio de nunca me surpreender.
Causo a alegria que ninguém me causa.
Olho absorto e tolerante, piedoso sobre a plateia. Eles suplicam um ínfimo conforto nos corações.
Altruísta que sou, caio, pulo, salto e, desgraçadamente me dou.
Eu espero por aquela que na imaginação criei. Criei para ter esperança e continuar. Aquela que veste um vestido azul rodado, um enorme sapato amarelo e um coração pintado no rosto. Aquela que admirará o meu nariz redondo e vermelho e me fará orgulhoso.
Como uma estrela linda brilhando ao longe, ela magicamente lança aos ares os seus malabares. Espero por ela que me fará sorrir...
Espero por aquela que em algum lugar vive sem mim.
Enquanto isso eu continuo vazio.
Um palhaço que o tempo todo sente no peito a tristeza lancinante de um coração sôfrego.
Espero por aquela que me fará rir...

Tati Sales
(Metáfora circense de um amor ideal)

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