quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Cortes de traição













(Artisticamente lanço-me involuntária
Viajando para a perdição do nunca.
Afasto-te, lanço-te e bato-te na cara
Contra as portas de minhas conjecturas... )

Não me permito sofrer? Talvez sim, e arder,
Nestas chamas de raiva desesperada e insana!
Desfalecendo a paixão que vi por ti nascer,
Da qual mordais sua faca decepou-me a entranha.

Precisavas agudamente cortar-me o corpo inteiro?

O que fiz eu pra que sua faca me perfurasse as ancas?
Sem piedade em segredo traçaste o vil roteiro
De esquartejar-me em pedaços com sua arma branca!

Larga-a! Deixe cair tal lâmina que me riscas em sangue

Imaginavas que eu gostaria de sentir tal dor?
Assista meus nus pedaços em avermelhado exangue...
Pensaste que eu fosse forte a não gritar de horror?

Por que cometeste o crime no quarto em que me tiveste?

Por que cortaste a garganta da voz que te sussurrou...?
Por que sujou a vida que poderíamos ter, se houvesse?
Pelo prazer de me trair e em me enganar...  matou-me...

Tatiane Sales

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