segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Vinte e nove versos

Respiro fundo facilmente num alívio macio e transcendente...
Sinto-me em paz comigo agora, pois nunca fui uma mera vã inópia.
Alegoria poética obstante, guardarei a poetisa por um instante,
Porque preciso escrever a cru sobre o meu âmago do cerne nu.
Preciso tudo agradecer pela índole do caráter a me valer,
Que em mordaz momento errado nunca deixa o meu espírito ser maculado.
Agradeço o meu nobre coração duma fidelidade de cão.
Na vida sempre fui verdadeira deixando-me nítida como clareira,
Por mais estranho, excêntrico ou diferente que seja o meu jeito inerente.
Transbordo poesia de minh'alma, dum’arte e melancolia inata.
Tudo o que faço é ser eu mesma por melhor que eu seja, ou tola ou esma.
Sou tão Tatiane que sangro até nos pesadelos infandos,
No sentimento brando mais puro e no sofrimento desesperado escuro!
Nas minhas vontades nefandas e em minhas bondades mais santas...
Todos os dias sou transparente mesmo quando incongruente,
Como se o meu coração ficasse exposto pulsando o tempo todo,
E aberto no peito o coração mostro no dorso rasgado transposto!
Muitos olharam, mas não conseguiram ver e saber,
Poucos realmente sentaram e ouviram o que eu tinha a dizer,
Outros viram, mas tentaram me modificar, não me aceitaram.
Para alguns sou um livro aberto e para outros um grande mistério.
Posso dizer num olhar sincero tão profundo quanto um bolero que,
Estou aqui não há segredos nem tramas, só poesia, não dramas...
Sou mais simples do que pareço, nem todo o meu ser é complexo.
Tento somente ser uma boa moça a evoluir, como flor a fluir e florir...
Em minha complexidade perco-me, mas na simplicidade encontro-me.
Não é difícil entender toda essa ideia e a prover,
Quando você compreende e consegue conceber,
O que é estar na pele e ter um’alma etérea... de uma mulher.


Tatiane Sales

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