sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Desencontros

E todas essas folhas dos livros e outonos
Serão tristes e voarão fugidias pelas tardes
Porque longe não posso chorar sobre seu ombro
Que entende o meu pranto dessa intensa tempestade.
E todas as auroras das manhãs quando eu acordar
Serão tristes nos anos da maldita eternidade
Porque longe não posso com um beijo te acordar
Que entende os meus lábios delicados de saudade...
E todas essas músicas que do piano irão fluir
Serão tristes e soarão como gemidos pela casa
Porque longe minha melodia você não poderá ouvir
Que entende a dor do que carrego em minh'alma...
E todas essas noites estreladas com luar
Serão tristes no vago guardado na memória
Porque longe não posso sua mão branca segurar
Que entende ao tocar minha poesia merencória...
E todas as viagens que eu fizer em meio ao mundo
Serão tristes e incompletas imagens de fotografia
Porque longe não posso ver no seu olhar profundo
Que entende os meus anseios de arte e filosofia!
E todos os desejos do meu corpo e meu amor
Serão tristes e nobres torrentuosos como o mar
Porque longe não pode sentir o meu calor
Que entende a odisseia que seria te amar!
E todos os caminhos que eu trilhar em minha vida
Serão tristes e sombrios sem entender qual foi o erro
Porque longe não podemos passar juntos nossos dias
Que entende o desencontro de duas almas em degredo...
Tatiane Sales
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